23 de agosto de 2006

Ismael Nery

“Pertenço a esta espécie de homens que não constroem nem destroem, mas que dão a razão de toda a construção e de toda destruição.”


Ismael Nery

Ismael Nery nasceu em Belém do Pará em 1900.
Renegando a qualificação de pintor, preferia a de filósofo.

Sempre que pôde, dedicou-se à poesia, achando-a melhor que a pintura.

Fazia desenhos em quantidade espantosa, mas jogava seus trabalhos sistematicamente no lixo, assim que terminados.

Conhecemos, dos desenhos de Nery, apenas aqueles que foram salvos da lixeira, muitos deles amarrotados.

Em 1920, viajou para a França, voltando dois anos depois, para casar-se com Adalgisa Nery, com quem teve dois filhos.

Em 1927, voltou à Europa, conhecendo o pintor judeu-russo Marc Chagall, que exerceu forte influência em sua carreira, a qual, a partir de então, voltou-se para o Surrealismo.

Em 1933, um diagnóstico revelou que ele era portador de tuberculose, o que o levou a internar-se em um sanatório.

Meses depois, 6 em abril de 1934, faleceu e foi enterrado vestindo um hábito dos franciscanos, numa homenagem dos frades à sua ardorosa fé católica.

A obra de Nery permaneceu ignorada do público e da crítica até 1965, quando teve seu nome inscrito na 8ª Bienal de São Paulo.


Em toda vida, não pintou mais que uma centena de quadros, realizou duas exposições individuais.

E nelas conseguiu vender apenas um quadro.