10 de janeiro de 2007

VOLPI

Volpi nasceu em Lucca, na Itália, em 1896.
Mesmo tendo nascido na Itália, de onde foi trazido com menos de dois anos, Volpi é um dos mais importantes artistas brasileiros deste século.
Foi um pintor que inventou sozinho sua própria linguagem.
Isso é muito raro na arte produzida em países do terceiro mundo, cuja cultura sempre deve algo a modelos internacionais.

Filho de imigrantes, chegou ao Brasil com pouco mais de um ano de idade.

Foi decorador de paredes. Aos 16 anos pintava frisos, florões e painéis.

Sempre valorizou o trabalho artesanal, construindo suas próprias telas, pincéis. As tintas eram feitas com pigmentos naturais, usando a técnica de têmpera.


Foi um auto didata.
Sua evolução foi natural, tendo chegado à abstração por caminhos próprios, trabalhando e dedicando-se a essa descoberta.

Nunca acreditou em inspiração.

Na década de 40, abandonou a perspectiva tradicional, simplificou e geometrizou as formas. Mais tarde, chegou à abstração.
Seus gestos ficaram mais livres, dinâmicos e expressivos. A cor, mais vibrante.

Nos anos 50, as bandeirinhas das festas juninas, de Mogi das Cruzes, integraram-se às suas fachadas.
A partir da década de 60, todos os temas são deixados de lado e as bandeirinhas passaram a ser signos, formas geométricas compondo ritmos coloridos e iluminados.

Morreu aos 92 anos, em 1988, em São Paulo.

Volpi nunca se naturalizou, mas seu coração era brasileiro.