9 de março de 2006

Salão Petronio

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Em um salão de barbeiro, muitas coisas acontecem :
Políticos decidem os rumos de um estado, jornalistas procuram notícias e... artistas talentosos podem estar passando por momentos difíceis.
Eu sempre cortei o cabelo no Salão Petrônio, na Rua Duvivier.
Era um barbeiro muito simples, sem nada demais, embora fosse frequentado por “todo mundo” em Copacabana na década de 60.

Di pintando sua mulher e musa, a também artista Noemia.

Di Cavalcanti, com quem eu tinha um bom relacionamento, estava fazendo a barba ao meu lado ( naquela época pré-lâminas descartáveis ainda se fazia a barba em barbeiros ) e disse que precisava de uma certa quantia para comprar uma passagem para voltar à Paris, onde morava durante metado do ano.
Horas depois, fui até o atelier de Di, na Rua do Catete, em cima do famoso cinema Asteca, levando o valor necessário para a viagem.
Em troca ele me disse para escolher 6 telas.
Não foi nada fácil, já que todas os quadros eram muito bonitos.

Um deles é essa linda mulata mostrada aqui abaixo.




Saindo do atelier, Di Cavalcanti me pediu um pouco sem jeito para que devolvesse as molduras. Elas seriam reaproveitadas por ele, nas suas próximas telas. Belas molduras são muito caras.

Guardei esses quadros por muitos anos, sendo que essa mulata de vermelho ficou comigo por 15 anos.

Foi a última a ser vendida.



21 comentários:

Saramar disse...

Jõnas, encanta-me esse seu estilo despretensioso e elegante de contar essas maravilhosas histórias dos bastidores da arte.
As telas e suas palavras formam um conjunto perfeito para nosso deleite.
Obrigada.

Beijos

Angela Ursa disse...

Boa noite, Jonas! Esse episódio do seu encontro com o Di Cavalcanti na barbearia e a compra dos quadros dele poderia dar origem a um livro bem interessante, não? :)) Beijos da Ursa!

Jonas Prochownik disse...

Saramar, que bom que vc. gostou, e obrigado pelo elogio. Bjs. Jonas.

Anônimo disse...

Gosto muito do seu jeito simples de contar histórias únicas. Você poderia começar a pensar em escrever um livro.Já imaginou? Seria fantástico .

Jonas Prochownik disse...

Maria Helena, prefiro continuar a contar as minhas historinhas aqui para minhas amigas e meus amigos. Um beijo do Jonas

Anônimo disse...

Gostei do salão. :)
Beijo.

Jonas Prochownik disse...

Palpiteira, obrigado pela visita. O Salão funciona ate hoje no mesmo lugar. Bjs. do Jonas.

Vera F. disse...

Jonas,acho um privilégio seu ter conhecido tanta gente talentosa.
As molduras são caras, mas as telas de Di valem muito mais. Tenho certeza que vc fez uma boa compra.
Gosto desses salões só para homens,
nos unissex as mulheres tomam conta.
Bom fim de semana.
Bjos.

Jonas Prochownik disse...

Vera, realmente os quadros valem mais, so que o pintor tem que pagar pelas molduras, e os quadros ele nao tem que pagar! Bom fim de semana pra vc. tambem. Bjs. Jonas.

Liliane de Paula disse...

Jonas que legal essa historia do Di Cavalcanti. Nem sabia da Noemia. E o Roberto Magalhães pensei que fosse pernambucano.
Liliane

Jonas Prochownik disse...

Liliane, o Di era uma pessoa admiravel. Ele se abria muito comigo. Noemia era musa dele e tambem muito boa pintora. Um bom fim de semana pra vc. e bjs. Jonas.

Matilda Penna disse...

Jonas Prochownik vim desejar uma boa semana e dizer que estou providenciando voltar logo que puder.
O quadro da Mulara de Vermelho é lindo mesmo, ter ele na parede por quinze anos é maravilhoso.
Abraços, :).

Jonas Prochownik disse...

Matilda, bom descanço pra vc. Aguardo a sua volta breve. Abrs. do Jonas.

Jonas Prochownik disse...

Sraake, espero sua visita! Quanto a tesouros, o maior deles e o Jôca. Bjs. do amigo Jonas.

Jôka P. disse...

Eu ?!

:D

Anônimo disse...

nossa, que história, heim?? Acabo de escrever lá no Jôka que acho Copa meio Monaco.... beijossssssss

Jonas Prochownik disse...

Luciana, que bom que vc gostou. Ainda tenho muitas historinhas pra contar. Bjs. do Jonas.

Taia disse...

Suas histórias me encanta.
E hoje que eu estou assim, um pouquinho triste, mais ainda...
Me toca sua simplicidade de contar fatos tão singulares.
Porque será que eu gosto de telas sem molduras?
Foi uma boa troca né?
Beijo querido, no seu coração.

Jonas Prochownik disse...

Taia, que bom que vc gostou. Bjs. do teu amigo Jonas.

Dani disse...

É uma grande história, Jonas.
Imagino como deve ser rico o convívio com vários artistas, esta troca, esta afinidade. Realmente maravilhoso.

Não faz muito tempo, copiei umas gravuras do Di Cavalcanti para meus arquivos. Qualquer hora, ensaio um vernissage em meu blog, contendo as obras que colho pela rede... rs

Grande abraço. :-)

Jonas Prochownik disse...

Dani, realmente me da um prazer enorme, lidar com os nossos artistas. Abrs. do amigo Jonas.